domingo, 6 de março de 2011

roxo

Um jovem, logo depois de despertar, alonga com dificuldades seus braços que estavam formigando graças ao cochilo na cadeira da biblioteca. Solta um suspiro longo e se levanta do lugar e sai do estabelecimento, andando mais um pouco, sai da faculdade também. Estava cansado. Após a discussão do dia anterior, que tivera com seu irmão mais velho, ainda estava bravo e distraído. Como poderia seu irmão ousar tentar controlar sua vida? Agora, aos seus 20 anos? Podia não ser o melhor, mas não era mais o péssimo aluno da família. Não era mais, o que Deus havia encontrado, naquele primeiro acampamento dos adolescentes. Não era mais, como pensava o jovem, um idiota manipulável. Com muito dominio próprio e orgulho acumulado, não permitiu na briga, mostrar algo além da indiferença e da grosseria, mesmo querendo coisas péssimas ao seu familiar. Murmurava a Deus: Por que um irmão assim? Por que você não o tirou na minha vida? Que raiva Deus. Não acredito que esse cretino está falando isso.
O tempo estava um pouco frio, o dia nublado e a garoa acompanhava o clima. Depois de acordar, a sensação de tomar uns chuviscos suaves enquanto andava na rua foi bom. O som da chuva contra sua roupa acalmava seus pensamentos confusos, a água geladinha fazia seus sentidos aguçarem depois de ficar parado, o silêncio, apenas interrompido por carros que estavam de passagem, o consolava. Paz. Pelo menos, naquele momento. Entra na loja de conveniência e compra um chocolate branco e um energético de uva, com uma embalagem bem roxa. Ao terminar de comer, olha os céus e se ''arrepende'', como cristão, de ter permitido, ficar tão bravo com o irmão que mal conhece a salvação. O irmão cujo qual havia prometido a Deus de perdoar, de vez.
Parecia que perdoar, pelo menos pra ele, era algo que exigia muita coisa, mesmo sem saber ao certo. Abrir mão de muita mágoa da infância, dos gestos inseguros dos pais diante dele, de seu silêncio na solidão. Não, o jovem não estava pensando na solidão de estar sozinho sem ninguém ao redor. Mas sim, da solidão de estar cercado de entes íntimos e se sentir desolado. Só que, e a graça de Deus? Será que Deus havia feito tão pouco a esse jovem? Será que ele não tinha recebido o amor de Deus e Seu perdão?
Simples e difícil assim, pensou, soltando um riso irônico: Ser ingênuo e ignorante, nessas horas, seria bom, não saber o que é entrar na idade adulta, enfrentar essa droga de realidade fria e clara. Admitir sua infantilidade então, fechar os olhos seria melhor ainda.


Passados 3 dias, ele vai a igreja. Cumprimenta as pessoas e entra em uma sala onde estava seu amigo, ouvindo um discipulado. O orientador, era conhecido seu. Sabia que a briga com seu irmão era recente, mas quis falar com o homem que o conhecia e o entenderia no meio de sua culpa e angústia. Ao longo da conversa aprendeu várias coisas e ficou feliz em ouvir a conversa do outro. A vida das pessoas, a opnião delas, é tão diferente e tão interessante para ele. O jovem imaginou as infinitas cores que Deus caracterizava cada um de seus filhos, de forma única. Deus, permitiu, uma brecha para o desabafo que seu filho teimoso e ansioso guardava. O jovem se abre, e Deus o consola com a conversa. Deus admite a fraqueza de seu filho.Deus ergue novamente Suas mãos para o jovem e o convida a tentar de novo, já que a caminhada era longa e estreita.

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