
aos poucos, desde que comecei a escrever o blog, percebi que posso manter por escrito pensamentos, momentos e lembranças. senti muita vontade de ter uma câmera profissional e um notebook qualquer que pudesse estar a disposição na minha segunda visita à OSESP(Orquestra Sinfônica de São Paulo), ainda mais, porque queria gravar tudo que pensava e sentia para não esquecer algo que provavelmente não voltaria mais. afinal de contas, o tempo passa, não volta.
enfim..
há alguns dias, ainda nas férias de julho, na volta de um longo dia no Hopi Hari com o pessoal da igreja, tive uma pequena conversa com meu primeiro conselheiro. uma pessoa muito paciente para lidar com a letícia aos 13~14 anos em seus pensamentos super confusos, sua troca de emoções e sua falta de conhecimento bíblico entre colegas que haviam ''nascido'' na igreja. a conversa foi bem curta, até. além dele, estava um amigo meu que havia voltado do Canadá e dois amigos mais novos que moram perto da mesma região. todos conversavam em voz alta, brincando enquanto eu puxava alguns assuntos sobre o que meu antigo conselheiro vinha convivendo esses últimos anos. na conclusão de alguns pensamentos, em um ritmo bem mais devagar devido ao cansaço e excesso de adrenalina usada durante o dia, ouvi dele algo do tipo: quanto mais conselheiros, mais ampla visão poderia ter em meu relacionamento com Deus e por que não falar com um pastor que tem um repertório maior?
a princípio só fui falando um sim, sem prestar muita atenção.
depois, lembrei do que havia dito e senti curiosidade. o que será que o pastor principal diria sobre o que é visão? só que uma forma mais detalhada? será que ele poderia me ajudar mais? será que seria mais fácil?
nunca tive um contato com o pastor principal da minha igreja, principalmente o atual. contei à minha conselheira, que aprovou desde que eu falasse com o líder dos jovens. o evangelista teve receio e quis saber qual era minha intenção. nervosa, por não esperar o que diria, falei sinceramente ''por curiosidade''. não queria um conselho ou acompanhamento do pastor, que anda ocupado. queria tentar entender pra ver se isso funcionava melhor: falar com uma pessoa com um repertório maior, para ter uma compreensão completa sobre o que é ''visão''.
nesse tempo pedi o email do pastor à ela, junto a aprovação do jondo(evangelista de uma forma abreviada e informar em coreano) de perguntar algumas dúvidas. depois de algum tempo, lembrando o que havia solicitado, pedi à minha conselheira o email e logo, ela passou. não pensei nisso durante boa parte da tarde. chegando na quadra depois de tomar um bom yogoberry com o jondo e minha amiga, o pastor veio visitar o salão de futebol em que o pessoal passava o tempo junto e jogava. pera aí. o pastor? nenhum pastor veio a um acampamento fora ele, nenhum pastor veio à quadra. só que lá estava ele, para estar junto com os jovens, aquele homem experiente da Palavra.
cheguei perto dele, cumprimentando-o pela terceira vez, e me sentei. ele puxou a conversa pedindo desculpas por não lembrar meu nome. lembrou que havia pedido para orar pelo meu pai no acampamento e perguntou-me o nome, e aos poucos, uma conversa meio sem jeito começou. ele me contou sobre a sua credibilidade nos jovens da igreja, em que teriam capacidade de se tornarem grandes pessoas futuramente, sobre seus filhos, sobre o brasil e seu desenvolvimento, sobre seu passado, sobre os países que esteve, as línguas e o modo de comunicação que tem com os jovens coreanos do brasil, tudo em apenas uma hora. uma hora que rendeu uma conversa muito diferente. ele me perguntou o que eu gostaria de fazer, o que gosto de fazer e poucas outras questões. falei um pouco da nossa atual comunidade coreana, muito diferente de 20 anos atrás, sobre vários aspectos negativos em geral. dentro disso ele me disse 100% de coisas positivas. sempre tentando cortar, sem me ignorar, a negatividade para a oportunidade, à chance nova, um sonho abrangente e grande, um bom futuro. fiquei impressionada porque ele tinha uma esperança muito grande, cheia de significado.
voltando para casa pensei um pouco. arrumei as roupas bagunçadas com minha mãe e o filme O Curioso Caso de Benjamin Button(buttlon?) começou. já havia visto nos cinemas, mas quis ver de novo. o filme é interessante. o autor trata a vida como algo bom e horrível ao mesmo tempo, em meio do amor, de uma vida repleta de coisas, da mentira, da mágoa, do espírito humano, das coisas simples e maturidade. o mundo trata o que Deus criou de uma forma...distorcida.
quero acreditar mais no que o pastor disse.
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