quinta-feira, 24 de junho de 2010

prata

{reli o texto de tem um ''certi'' ao invés de certo em algum lugar. não tô achando haha}
um dia antes do meu aniversário(23/o6/2o1o) fui para meu quarto de estudos e li Jeremias(32:26~35), sendo a passagem uma parte do QT:

''Voltaram as costas para mim e não o rosto; embora eu os tenha ensinado vez após vez, não quiseram ouvir-me nem aceitaram a correção.''[32:33].
interpretei a passagem, comparando com meu dia-a-dia, um certo egocentrismo exagerado que eu posso plenamente praticar em meu relacionamento com Deus quando os meus pecados, já banalisados, se tornam em infidelidade 'oficial'. acreditei que tinha um mínimo dever de entender que o dia seguinte não seria um dia meu, que eu devia entender que a vida que Jesus me possibilitou é um motivo de agradecimento e humildade em vez de ganância e exuberância e que minha vida enfim, pertence a Deus. entretando, não foi bem assim que aconteceu.



acordei 4:30 da manhã porque minha mãe, que tem certa insonia, me acordou já que estava sem sono naquele momento e queria uma companhia para não ficar acordada na madrugada sozinha. na verdade a gente tem que acordar as 5:30, então ela me acordou...não sei porquê.
foi engraçado.
logo de manhã no colégio recebi ''parabéns!'' de alguns amigos e comecei o dia sorrindo. pensando que eles lembraram de mim.


com o passar do dia também recebi abraços, mensagens e comentários.
especialmente na segunda aula, recebi de uma amiga uma carta feita na aula e um pacotinho azul marinho com uma faixa prateada. um colar de lacinho brilhante, delicado e bem escolhido. o fato de ela ter escolhido, de ter escrito um ''não sei se gostava de prata ou dourado, por isso escolhi prata que algo que geralmente preferem'' na carta com uma ponta de preocupação de gosto, de ter ido lá para comprar e perder seu tempo, sendo que nos conhecemos esse ano.
foi um gesto muito singelo que apreciei de verdade.
no segundo recreio, decidida, fui ver o devocional do dia que falava de quebrantamento. o que ao longo do dia deveria ter lembrado nos momentos em que fiquei brava e decepcionada com alguns amigos próximos, pelo menos, com toda essa espiritualidade esparrafada de ir em um recreio de aula ler a bíblia.
havia decidido enfim a ir na abs do outro colégio(que também realiza abs) para ajudar na cozinha e depois ir embora para casa porque me encontraria com um amigo, com o qual estava chateada.



hoje, acordamos atradadas:omma tinha desligado o despertador sem perceber, então nos desorganizamos literalmente.
sabendo que hoje tinha copa, ela perguntou, antes de eu sair definivamente da cama, se eu tinha efetivamente alguma aula e se eu gostaria de ficar em casa. meu sono e minha preguiça responderam que sim ao ficar em casa, mas não faria sentido faltar às aulas e talvez à abs.
então me levantei.
acho interessante o fato de muitos brasileiros pararam o dia para verem especialmente o jogo do brasil. esse sentimento nacionalista que aparece translucidamente em pessoas tocando zuzubelas, abanando bandeiras verde-amarelas-azuis e usando camisetas da 'seleção' chama a atenção por ser algo cultural.
a programação seria ir na casa de um colega do outro colégio, assistir o jogo enquanto faríamos o almoço e terminar com a abs.
chegamos na estação marcada e encontramos logo de cara o organizador da abs e cumprimentamos ele. aos poucos começaram a aparecer várias pessoas e em pouco tempo estávamos na casa do 'hospedeiro' com mais de 40 pessoas na mesma casa. estava apreensiva e um pouco nervosa, não esperava ver tanta gente hoje e ir para uma cozinha com pessoas realmente desconhecidas e novas.
estava super afobada. um até comentou ''nossa, você é mow desesperada haha''.
aos poucos me acalmei, mais no momento de louvor.
o louvor, de alguma forma, se tornou tão natural que minha teimosia de querer ir embora mais cedo acabou se minguando e se reverteu a vontade de continuar cantando músicas e tentar me reconcilar de novo com Deus. o incrível não foi o fato de haver pessoas cantando ou tocando bem, mas a comunhão estabelecida por Deus em poucos minutos para estarmos louvando entre pessoas que não conheciam a todos mas tinham algo em comum, um único Pai.
a palavra, pelo pouco que lembro, se baseou em vários temas que se interligavam. o que mais me chamou a atenção foi o comentário sobre o fato de muitas vezes não entendermos e não termos um bom relacionamento com Deus porque não conhecemos a Deus. sendo que conhecer a Deus não é rogar por coisas impossíveis e simples nas situações que queremos controlar, mas em todos os momentos e assim, situações. além da necessidade de realmente buscarmos a Deus diante da oferta que o Senhor fez a cada um de nós.
tivemos um momento de conversa em que nos dividiram em grupinhos de 6 pessoas. conversamos um pouco, falando alguns assuntos que puxei sem jeito.depois nos juntamos a um outro grupo que havia chamado a gente e o clima ficou mais calmo. rimos e falamos de coisas diferentes. foi um momento muito bom.
voltando pra casa pensei em quantas coisas eu poderia ter perdido se tivesse ido para casa mais cedo. então entrei em um longo pensamento sobre o que eu penso, minha opnião.
acho que fui egoísta demais para ter colocado a mim em vez de Deus no meu aniversário e valorizar mais ou menos a forma como se comunicavam comigo. egoísta de ficar brava com um amigo que não havia ouvido direito. egoísta por querer ir para abs e fazer o que gostaria de fazer e não o que eu poderia aprender. egoísta por fazer com que cada um desses acontecimentos fossem uma mera desculpa para eu justificar uma certidão de orgulho e razão perante a Deus que tem a verdadeira sabedoria.

quando eu tinha 8 anos aproximadamente, minha mãe estava preparando o jantar a tarde. bolinhos de carne feitos com carne moída semi-congelada e muitos outros ingredientes. ri vendo ela tirar a mão rapidamente da bacia de carne e as misturas com umas caretas engraçadas no preparo. séria, e relutante disse ''não entendi, isso não tem graça. está muito gelado. quer fazer você então?''. não entendi o que minha mãe quis dizer com isso, mas servindo o churrasco de hoje, mesmo que tenha sido pouco o que eu fiz, fez com que eu lembrasse que eu devo estar agradecendo àqueles que estão servindo em minha vida: meus amigos, conhecidos, família, Deus; todos que me rodeiam com o amor que Deus realmente me presenteou.
claro que em tudo isso há coisas ruins, lembranças ruins, feridas, mas se eu parasse de exigir algo deles se baseando no eu acredito que é melhor, poderia aceitar cada um individualmente e especialmente e ser grata.
sempre achei que a ideia de outras pessoas era muito estranha aos meus 11 anos. não faz sentido, pensava. isso está errado e isso certo. mantendo uma idealização de atingir uma perfeição inalcansável nas pessoas e em mim.
talvez fazer cada uma dessas coisas imperfeitas em convivíveis até chegar o arrependimento(os pecados e hábitos ruins) e a superação de tudo isso com Deus faça disso um passo para um próximo do que é ''perfeito'' ou pelo menos, bom de verdade.
entendi que o pecado em mim é permanente. posso vencê-lo com Deus, o que demora um bom processo de esforço e real arrependimento, porém sempre aparecerá outro pelo fato de eu ser já pecadora. difícil é entender isso no princípio.
eu reclamava muito quando minha mãe fazia eu lavar a louça e agora que sei lavar a louça, guardar e fazer isso na casa de outras pessoas faz com que eu me sinta grata do que eu, naquele momento, não entendia e detestava. o mesmo com Deus. o que eu peco, erro, choro, reclamo e volto, quando consigo, somente com Ele(é claro) superar e entender faz que eu me sinta grata e mais íntima do meu Criador. portanto, basta eu fazer disso tudo algo superável e ao mesmo tempo suficiente, não é?

Um comentário:

  1. noossa leticiaa! haha que da horaa tudo isso! xD
    não sei se eu li tudo direitinho (já que é grandinho e eu vou ler uma vez só!) mas gostei! haha

    beijos! =]

    ResponderExcluir