sexta-feira, 14 de maio de 2010

verde, beje.


9/o5/2o1o



sábado.



estava chegando o dia em que um outro primo meu estaria se casando. um primo que pouco conheço, que pouco conversei. ele tem uma filha de 3 anos e um filho que parece uma bolinha, que tem alguns meses.

fomos eu e minha mãe comprar um presente para o casamento dele.

então, naquele dia comecei a refletir sobre casamento.

quando eu me atraso e chego entre 5~10 minutos mais tarde do que o combinado com minha mãe na frente da banca, no shopping, na igreja ou com meu pai ambos dizem: ''você não sei o que! assim você não vai casar. não mesmo. isso não pode acontece ?!(com todo sotaque corebão do meu pai) como casa(casar)?''. outrora, quando derrubo alguma coisa e quebro ou perco, minha mãe diz: ''nossa...DE NOVO!?!?!!?!??! como assim!...você não vai casar''.

raramente me atraso pra alguma coisa dessas, ocasiões cotidianas ou compromissos, mas sou realmente muito muito desastrada. quebrei inúmeros copos, inúmeros digo acima de 40 copos, tanto em casa quanto na casa dos outros ou em viagens;já derramei tudo que você poderia imaginar; já entrei em tantos lugares por engano cinema, sala de aula e loja; tropeço incontáveis vezes por semana.

além disso sou desorganizada. não consigo usar uma agenda diariamente. nunca consegui. em acampamentos minha mala vai organizada, bonitinha e volta em um...vulcão. minhas ideias são desorganizadas, meu jeito de falar é confuso. ah, também falo super rápido. não sei quantas pessoas e amigos dizem ''o que?!, volta tudo'', ''nossa, não dá pra conversar com você'', ''letícia, fala devagar caramba, haha''.

até que faz sentido minha mãe perguntar como eu vou me casar. não sei, um dia quem sabe aparece uma pessoa tão estranha quanto eu haha.


penso bem mais em filhos, bebês do que um casamento.

quando algumas amigas começam a falar sobre casamento citaram detalhes como: casar em uma praia, o noivo com terno branco, ''o'' vestido, as flores. estranho, nunca pensei nisso em detalhes, principalmente. a única coisa que penso sobre casamento é que vou casar tarde, com mais de 28 anos. como vou casar com 25 anos? acabar a faculdade e casar? ter filhos com 26? nããooo...sôa pra mim ser dependente de alguém. sou muito orgulhosa pra isso.


já pensei, vendo bebês que gosto de brincar na igreja, quero ter um filho assim, lesado, gordinho.
tem uma loja de roupas no shopping higienópolis linda! com roupinhas, praticamente uns pijamas em fantasia para bebês. me chamou a atenção um traje de dinossauro com rabinho, toquinha, tudo. queria um desses pra um filho, ou aquele de corações para uma filha.
vendo um bebê dentro que sorria bastante pensei - também quero um assim, tortinho que sorri várias vezes ao dia; os nomes quase decidi haha.


compramos um jogo de pratos, que achei horrível, mas que omma disse que era lindo.

fui com o funcionário da loja para deixar as compras no estacionamento enquanto minha mãe via algumas lojas. no caminho uma mulher estava oferecendo amostra de creme para as mãos, que não lembro o nome da marca, em que ela colocava um pouco para passar nas mãos. e fomos jantar em um restaurante japonês perto do shopping. conversamos sobre alguns primos que estão nos estados unidos, que moraram em nossa casa durante 2 anos quando tinha poucos meses e fui crescendo. ela comentou de como se sentiu mal pela ausência deles que causou em mim, por ser filha única tentando me colocar em escolinhas e diversas pessoas para cuidar de mim. foi a primeira, e espero que não a última, em que ela revelou seus sentimentos de mãe quando eu era pequena. lembrei de Deus e os laços que Ele traçou com a criação de uma família.

insisti que fôssemos ao yogoberry, que tinha um design estrutural verde.
indo para o estacionamento para ir embora, vi a mesma mulher oferecendo as amostras. fingindo que não tinha pego a amostra antes, fui em direção a ela e perguntei :

-ooh, amostra de creme de mão? :)

-siim! é um novo produto nosso.

-poderia?
passei pelas mãos.
comentou, por fim:

-nossa, pensei que tinha te visto antes.

-ah...

e comecei a rir e saí rapidamente.

rimos juntas, minha mãe impressionada com minha cara-de-pau hahaha e eu pela ingenuidade da mocinha.


na semana seguinte(dia 8/o5) fui dormir 9 horas esperando que podería acordar revigorada para domingo depois de uma semana cansativa. enrolei um pouco e acabei caindo mesmo no sono as dez e meia.
um dia anterior ao dia 8, alguém me ligou na madrugada. não atendi, porque bati o olho, não saiu o nome e dormi novamente.
mas naquela madrugada outra pessoa me ligou.
1:35am.

putz...vai que é importante e eu conheço a pessoa?
fui ao outro quarto e atendi, aborrecida, lesada, curiosa:

- ..alo?

- alô.

- ahm, você ligou, quem é?

- você não sabe quem é?

era uma voz de namja. parecia ser mais velho que eu.

- ....não sei, quem é?

- advinha.

-.....serginho sonsenim?(professor, mas não no sentido literário)

-não caral**.hahaha, é o gódji(mendigo em coreano), o -----(nome).

ele é um amigo da igreja, 3 anos mais velho que eu. ah, por que mendigo?

então...assim, ele é bem branco, parece até pálido; tem dias que ele vem com a barba muito mal feita, com uns tufos no queixo, parecendo um mendigo. além disso, uma vez ele veio pra igreja com uma roupa esportiva de fitness, um pijama bem chamativo. rindo, perguntei porque havia se vestido assim, ele respondeu rindo de sua própria desgraça: ''cara, meu pai me expulsou de casa e to usando as roupas do pika''. sim, essa era a figura que me ligou do nada as uma e trinta e cinco da manhã.

ah, não dá pra chamar ele de oppa, se você conhecer, entenderá haha.

continuando..


- ah, gódji...fala, aconteceu alguma coisa? - eu dizia em um tom sério, cansado.

- não, não.

- então, por que você ligou?...

- entãããão...
eu liguei....
pra falar...
pra você....
fazer undong(운동/exercícios físicos).

- ...
se tá falando sério?

- ...ahân! sabe, taekwondo? 1, 2; 3, 4.

- se tá brincando comigo não é?

- não.

- MITCHOSSÓÓÓÓÓÓÓÓ!??!?!?!?!?!?!?!?!!?!!(você está louco?) ii shigan eeh sóh jon ha hueé?!(você vai ligar a essa hora?) - eu disse, quase gritando.

ele riu. e eu pela situação também ri.
- ah, se tava dormindo?

- meeu...você me ligou uma de trinta e cinco da manhã, você acha que eu ia tar fazendo o quê?

- sei lá.
- se tá bêbado?

- nãhhaaão. acabei de sair do trabalho e to ligando com o celular do meu amigo.

- ahã....

- bom, vai dormir, tchau.

- tchau.

desligando, tentei dormir novamente.
não consegui. só peguei no sono as 5:45 am.


prometi pra ele, por mensagem que o socaria muito.
desde de manhã fiquei pensando aonde ele estaria, aquele sem noção.
mas no final das contas, não soquei ele.

se bem que eu deveria.
beje era a cor da penumbra que refletia no culto.

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