
[corrigido!]
[Foto de Isabel Kwon]
depois de dormir e acordar várias vezes, finalmente desperto.
olho a minha volta e vejo meus travesseiros surrados no quarto ainda escuro pelas portas e janelas fechadas com vestígios de um sonho muito estranho: ter o cabelo cortado em uma balada e do nada virar uma negra com cabelos espetados, como tufos. sonhei mais que isso, mas não lembro.
lembrei que era o aniversário da minha amiga, as 10:30am após me levantar. entrei no msn para ver se estaria online. procurei uma resposta do que havia postado e não achei nada além de uma mensagem simples no facebook e fui falar com ela. conversamos vários assuntos, e as horas aos poucos se transformaram em 3:00 pm.
tentei manter minha mente ocupada, porque não queria pensar. pensar demais e sentir certa culpa por algumas coisas, que talvez estava tentando só ''evitar''.
assisti 황금어장(um programa que faz uns questionários sobre a vida de pessoas importantes ou que obtiveram sucesso como um interview, mas informal) de 김연아(Yuna Kim, a patinadora de Vancouver Olimpics) observando a humildade e alguns relatos de que sua família havia passado por problemas financeiros no meio de seu treinamento.
meu pai apareceu com o rosto inchado de tanto dormir e perguntou se eu tinha alguns trocados para pedir pães e manteiga para beliscarmos. não falamos muita coisa nesse processo, o tom de convivência foi mais alto e o silêncio nos tomou enquanto passava o qualy e esquentava sua água para o café claro, sem açúcar.

comecei a ler 'mil dias em venezas'. demorei mais de uma hora para ler 20 páginas do livro que não gostei.
procurei no meu quarto outro livro e achei 'feios'. comecei a ler com indiferença e outras horas se passaram, mas mais rápido, graças à narrativa que me levava a imaginar as cenas.
tomei um banho calmo e voltei à leitura.
tomei um banho calmo e voltei à leitura.
depois de 147 páginas, não pude evitar meus pensamentos, que como o previsto voltariam.
me angustiei.
em algum mundo criado pelo escritor havia um rio que dividia duas cidades: Nova Perfeição e a Vila dos Feios.
aos 16 anos, todos os feios jovens da Vila dos Feios recebiam uma cirurgia plástica total em que se tornavam perfeitos e se mudavam para a cidade de Nova Perfeição.
Tally, que mal esperava por sua transformação para poder pertencer à outra cidade, que tinha seu melhor amigo Peris já pertencendo à cidade festiva e tentadora, havia encontrado uma feia, Shay, que não se importava com sua aparência, a não ser por aceitá-la.
disso, fatos que seguem o livro de scott westerfeld, frases e pensamentos me fizeram parar para pensar.
diante de uma consequência a personagem principal havia dito a si que não queria pensar para não um sentir arrependimento(que na verdade chamo de culpa), para não parar no meio do caminho e fazer logo a traição; desinteresse da maioria das pessoas do que era real, porque consideravam que o que tinham, a mentira de viver de aparências, era suficiente.
lembrei que, de acordo com um conhecido, pessoas que estão prestes a se suicidar não falam, só dão sinais sutis. refletindo direito, faz sentido. se eles falassem muito aos outros pensariam nas consequências e não realizariam o ato. acredito, eu.
o silêncio, finalmente ensurdecedor, fez eu concluir ideias como:
'que irônico. pensei que enfrentar as coisas fosse algo que exigisse muito esforço; mas fugir exige um esforço dobrado, porque você tem que enfrentar a covardia até o fim.'
procuro fotos no site de imagens quartos vazios, brancos que lembram o quarto que passei o dia sem ver o céu, o frio e o tempo.
paro de fazer minhas coisas ao ver uma imagem muito bonita de uma senhorita de olhos fechados com seu passarinho a frente, em sua naturalidade e beleza imperfeita, junto com a simplicidade do momento...
talvez parando de almejar o futuro ou o amadurecimento, eu possa ver o tempo me acompanhar e não ver o tempo passar sem avisar. não é?
além dessas ideias aleatórias, enfim, menos angustiada, mas chateada..
me pergunto
que tipo de mentira mais preciso criar para me sentir confortável no que é manipulável?
com dor de estômago, ao lado do meu cabelo esmurrado e descabelado, não distante de minha roupa caseira de torcida da coreia que nunca usei para torcer,
pensei...
não quero mais fugir.
não quero mais fugir.
porque não quero mais mentir pra Deus e pra mim.

''Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.'' Romanos 12:1
"não quero mais fugir.
ResponderExcluirporque não quero mais mentir pra Deus e pra mim."